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segunda-feira, maio 09, 2005 |
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dás-me flores?
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como sempre, as magnólias encheram fevereiro de pólen
Pela última vez, ela pediu-lhe flores. Só elas podiam curar aquela ansiedade instalada. Crónica? Aguda. Muito aguda. Ele respondeu que estava cansado, que era Maio, que tinha alergias. Ela disse que não ia pedir mais. Que ia buscar ela própria as magnólias. Mesmo que fosse Maio e que elas já tivessem caído todas. Ele resmungou que não falasse por metáforas. Ela lastimou que ele a estivesse sempre a tentar mudar. Acrescentou que se ele a amasse mesmo se borrifava para as metáforas e ia transformar em magnólias outra flor qualquer. Amores perfeitos serviam. Amores perfeitos serviam, repetiu.
Quando esgotaram os verbos, voltaram aos substantivos. E as magnólias voltaram a florir.
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posted by clarisca at 4:26 da tarde
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