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terça-feira, março 21, 2006 |
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comecem a trautear, amigas!
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(mesmo que seja um murro no estômago...)
Por que cresceste, curuminha Assim depressa, e estabanada Saíste maquilada Dentro do meu vestido Se fosse permitido Eu revertia o tempo Pra reviver a tempo De poder
Te ver, as pernas bambas, curuminha Batendo com a moleira Te emporcalhando inteira E eu te negar meu colo Recuperar as noites, curuminha Que atravessei em claro Ignorar teu choro E só cuidar de mim
Deixar-te arder em febre, curuminha Cinquenta graus, tossir, bater o queixo Vestir-te com desleixo Tratar uma ama-seca Quebrar tua boneca, curuminha Raspar os teus cabelos E ir te exibindo pelos Botequins
Tornar azeite o leite Do peito que mirraste No chão que engatinhaste, salpicar Mil cacos de vidro Pelo cordão perdido Te recolher pra sempre À escuridão do ventre, curuminha De onde não deverias Nunca ter saído
Canção desnaturada, Chico Buarque
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posted by clarisca at 2:38 da tarde
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