moulin rose
porque temos o direito de nos contradizer. todos os dias se for preciso.

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quarta-feira, março 22, 2006
é hoje, é hoje
continuem a trautear, até à hora de jantar (uma francesinha, o que havia de ser, ou não somos não very typical?)

Ele faz o noivo correto
E ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a casa caia
Até que a casa caia

Ele é o empregado discreto
Ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto
Até explodir o ninho
Até explodir o ninho

Ele faz o macho irrequito
E ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto
Até secar a fonte
Até secar a fonte

Ele é o funcionário completo
E ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto
Até trocarem tiros
Até trocarem tiros

Ele tem um caso secreto
Ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto
Até casarem os filhos
Até casarem os filhos

Ele fala de cianureto
E ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto
Até que alguém decida
Até que alguém decida

Ele tem um velho projeto
Ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto
Até o fim dos dias
Até o fim dos dias

Ele às vezes cede um afeto
Ela sé se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto
Até um breve futuro
Até um breve futuro

Ela esquenta a papa do neto
E ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a morte os una
Até que a morte os una

O casamento dos pequeno-burgueses, Chico Buarque
posted by clarisca at 11:42 da manhã

1 Comments:

Blogger mar said...

foi mesmo muito bom, menina linda. obrigada por ficar a conhecer o senhor Chico, pelas vossas conversas, pelas vossas cantorias no carro, pelo vosso entusiasmo ao falar na opera.
A francesinha estava boa, mas faltou o vinho verde!

9:46 da manhã 

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