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quinta-feira, julho 20, 2006 |
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Estou vivo e escrevo sol
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[e já que estamos numa de António Ramos Rosa, porque rosa é também este blog e é a metáfora estafada da vida (que viver todos os dias cansa, também já dizia o outro) linda e espinhosa, fechada ou aberta, desfolhada porque se abriu, sem ser fecundada porque não se abriu, pa-tá-ti-pá-tá-ta]
Eu escrevo versos ao meio-dia e a morte ao sol é uma cabeleira que passa em fios frescos sobre a minha cara de vivo Estou vivo e escrevo sol Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam no vazio fresco é porque aboli todas as mentiras e não sou mais que este momento puro a coincidência perfeita no acto de escrever e sol A vertigem única da verdade em riste a nulidade de todas as próximas paragens navego para o cimo tombo na claridade simples e os objectos atiram suas faces e na minha língua o sol trepida Melhor que beber vinho é mais claro ser no olhar o próprio olhar a maravilha é este espaço aberto a rua um grito a grande toalha do silêncio verde
[vamos para o silêncio verde? espero por ti, mesmo que chegues a uma hora em que já não se vê que é verde o verde. fanamos uma garrafa de vinho - do bom! - e vemos as estrelas - se as houver; se não, acendemo-las por dentro e já está]
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posted by clarisca at 12:40 da tarde
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