moulin rose
porque temos o direito de nos contradizer. todos os dias se for preciso.

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segunda-feira, setembro 04, 2006
Voltar
Gosto de voltar a casa depois de férias. É o único momento do ano em que se sente o cheiro da nossa casa (a não ser quando, por algum motivo especial, há cheiros que se sentem com demasiada intensidade... aliás, lembro um regresso de férias em que o cheiro a casa era antes o de um frigorífico que ficou durante o mês de Agosto - bem quente, por sinal - sem funcionar, consequência de uma daquelas atitudes inteligentes tipo "se calhar é melhor deixarmos o quadro da electricidade desligado...". Chamamos-lhe, ainda hoje, cheiro a pato verde).
Gosto de recomeçar a trabalhar. Juro.
Gosto de sentir que lá vem uma estação nova, em folha.
O ano novo, para mim, é o ano lectivo. O outro, jurídico, ou fiscal, ou o camandro, é mais pretexto para festa. Mas o festim interior é mesmo agora. Agora é que faço aquelas resoluções todas que se ficar alguma no fim de contas já não é nada mau.
...
Mas o voltar de uns é o partir de outro que se aventuram em terras diferentes, em gentes diferentes, em projectos diferentes.
E também gosto disso. Porque, quase sempre, depois de um adeus vem sempre um olá. Porque se dão, pelo menos, dois abraços apertados, o da partida e os das chegadas. Porque se percebe o que, de facto, importa. Porque podemos, de vez em quando, ir também.
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As casas, essas, nunca vão. Ficam sempre. Mudam por dentro, cheias ou vazias, esperam por nós, ao fim do dia ou ao fim do ano. Com flores de amendoeira, pássaros pretos-que-são-laranja, candeeiros de balão, varandas com vista para a vida, pátios para noites quentes, e tudo o resto que nelas cabe.
...
Boas viagens, bons regressos, bons recomeços, bons começos, que já é Setembro outra vez.
posted by clarisca at 4:36 da tarde

1 Comments:

Blogger ana said...

Então vê lá se guardas um cadinho dessa visão para mim, recomeçamos em outubro, com chá e crepes! e agora adivinha tu:

A UM GIRASSOL

Que humilhação!
Apesar de ser uma simples flor
Roda e ao rodar
Protege do sol as suas raízes.
Enquanto eu não me resta senão
Procurar as minhas
Sob um sol abrasador.

l.b.

1:17 da tarde 

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