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terça-feira, outubro 21, 2008 |
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mudança
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À volta, um casulo que vou tecendo afincadamente, separando-me do exterior. Lá dentro, as coisas sem as quais posso passar. Algumas destas deixei de fora, não cabiam. Mas nem sempre dos casulos borboletas. Contento-me com a seda para vestir os paradigmas antigos dando-lhes ar renovado? E depois, logo se vê, lagarta? Não está inscrita no meu código genético a condição de lagarta. Nem provavelmente a de borboleta. Metaforeio porque não consigo de outra maneira, o casulo a apertar-me essa parte do intelecto. Metaforeio porque é parecido com metamorfoseio. E eu a querer ser borboleta. Metaforeio porque me explico na semiologia: não consigo enformar a substância do meu pensamento, só meu, cativo no casulo. Só a mim me consigo explicar. Escolho o casulo, por inércia. Lá dentro, as coisas sem as quais posso passar e a quem ensino a voar.
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posted by clarisca at 11:13 da manhã
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