moulin rose
porque temos o direito de nos contradizer. todos os dias se for preciso.

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sábado, setembro 13, 2008
os melhores anos
Manhã de fim-de-semana com ronha e comando da televisão em velocidade de cruzeiro. Paro na RTP Memória e Os Melhores Anos estão no ar. Sabem, aquela série com os jovens em que num único episódio acontecia tudo desde a miúda engravidar, o professor apaixonar-se pela aluna, o outro que se metia na droga e tinha um acidente de mota depois da nega a matemática. Não era o Riscos, mas era parecido. A acção passava-se numa escola secundária cujo letreiro estava devidamente grafitado, o ambiente interior era suficientemente chunga e as roupas, ah as roupas, eram mesmo dos anos 80: débardeurs, camisas emblusadas, camisolas de lã tricotadas à mão, coletes, tudo devidamente encimado pelas fartas cabeleiras permanentadas.
Comparei com a série juvenil do momento: Rebelde Way. Do que tenho assistido infiro a falta de enredo para além do estigma da gorda e da disputa entre bolseiros (?) e populares. Há uns adultos com vidas muito complicadas que são pais dos adolescentes que povoam o colégio todo IKEA . Mas o que mais choca visualmente são as diferenças nas cores: o cinzento azulado predomina na primeira série; o cor-de-rosa choque e cor-de-laranja na segunda.

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Quando vou ao supermercado e trago o carrinho cheio de coisas com cores berrantes quase nunca trago nada de verdadeiramente substancial. A farinha, o açúcar, o leite, os ovos, o arroz, a massa, a carne e o peixe são apresentam-se sóbrios.

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À falta de conteúdo ir-se-á lá pela forma?
O facto de a forma ser pobre implica necessariamente riqueza de conteúdo?
posted by clarisca at 2:28 da tarde