moulin rose
porque temos o direito de nos contradizer. todos os dias se for preciso.

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segunda-feira, maio 25, 2009
mais baixela
O serviço de pratos que usamos todos os dias naturalmente que se vai transformando com o uso. Umas lascadelas aqui e ali, o brilho inicial a embaciar-se, eventualmente as estampagens (se for caso disso) a desvanecer-se.

Passando nas grandes superfícies que fornecem tudo para o lar, podemos sentir a tentação de comprar um serviço novo. Brilhante. Mais moderno. Que fique melhor com a toalha nova para a mesa de sala de jantar que também se vai comprar. E até nem é caro, que isto agora com a deflação até está mais em conta. Enfim, um investimento. Mesmo que se resista à tentação de comprar, não se deixa de olhar, vezes sem conta. "E se eu comprasse?" "Que bom aspecto. " "E se eu levasse só seis para experimentar se a comida sabe melhor?"

Mas e depois? O que fazer ao outro? Há quem vá deixando escorregar paulatinamente os pratos mãos abaixo, escaqueirando de propósito a baixela, conseguindo assim arranjar justificações para comprar novinho em folha. Há quem resista à tentação da novidade, nutrindo um sentimento de quase afeição pelo serviço que há tanto tempo serve de base à comida que serve de base à sobrevivência e ao convívio à volta da mesa. Há quem cuide e vá tratando, com cuidado, aquele serviço mais velhinho, enchendo-se de satisfação cada vez que assenta um prato na mesa (o que resulta em momentos de satisfação diários). É que há serviços que vêm desde o dia do casamento.
posted by clarisca at 12:37 da tarde